Campo Belo: Com quase 100 anos ‘Sudarinho’ deixa um legado de cultura e folclore, embora nunca reconhecido

O quase centenário fez parte de várias gerações e era muito querido pela população campobelense. Sempre alegre participa de todos os eventos: Festas, casamentos, missas.

Morreu em Campo Belo (MG) aos 99 anos – completaria 100 anos dia 05 de agosto, no fim da tarde de terça-feira (12/07/2016) Sudário Salvador (Sudarinho). Para muitos campobelenses, uma perda significativa, pois ele representava, como muitos já representaram, a cultura e o folclore do município. Uma figura ímpar, cativante e marcante. Uma história de vida. Quem não se lembra do ‘Sudarinho’ nas celebrações religiosas (todos os dias), casamentos, festas e na praça? Ele era sempre o centro das atenções: “Maria, Maria, Maria”, assim o ilustre campobelense se dirigia à todas as mulheres.

Uma figura marcante que será eternizada na memória, como definiu  Neusa Nascimento.  “Sudarinho! Lembro muito dele na Igreja Nova Matriz. Com seu Tercinho nas mãos e a Bíblia debaixo do braço . Sempre quando eu o via, estava bem sentadinho no primeiro banco da Igreja.Descanse em Paz, Sudário!”, lembrou-se.

Ela não foi a única. Semi Alvarenga acredita que ele tenha deixado o seu legado. ” Deixará boas lembranças, alma pura. Descanse na Paz do Senhor!”, declarou a professora.

Para Ricardo Zanela, Campo Belo não perde um campobelense, perde – com o passamento do ‘Sudarinho’ um pouco da sua história e da sua cultura. Ele acredita que Sudário, como tantos outros campobelenses humildes, ficarão para sempre na memória de muitos adolescentes nas décadas de 50, 60, 70, 80. “Eu acredito que até em décadas subsequentes. Sempre presente nos eventos importantes da cidade, como também em comemorações de aniversários, casamentos e encontros familiares, igreja e de amigos. Era sempre o centro das atenções e com ele até a tristeza pulava de alegria, pelo sua simplicidade, mas de um carisma elevado”, endosou o bancário aposentado.

Sudarinho foi figura ímpar na visão de Zanela. “Não foi um douto, um grande empresário, mas um dos grandes campobelenses. Era amigo de todos, gozava de um imenso prestígio, embora tenha sido desprestigiado por muitos, mas como irão prestar uma homenagem a ele, se a cidade não demonstra nenhum interesse pela cultura? E Sudário é cultura! Talvez se ele fosse um mega empresário, carrancudo e opressor, teria uma justa homenagem, seria velado na Câmara de Vereadores, teriam mandado uma coroa enorme e hoje já teria um monte de indicações para que sua imagem fosse imortalizada, dando o seu nome a uma rua qualquer da cidade. No meu entendimento, ele merecia uma estátua, mas acredito que a maioria dos jovens que viveram nas décadas acima mencionadas, lembram com alegria do nosso grande “Sudarinho”! Homem simples, mas que irradiava alegria onde estivesse. Que Deus o receba de braços abertos e faça da nossa tristeza com sua partida, uma grande festa no Céu”, acrescentou Zanela.

Lucinda Maria Alves lembrou da maneira como ‘Sudarinho’ gostava de ser tratado. “Adorava ganhar sabonetes no seu aniversario! Tempo bom!”, recordou-se.

Lucyelen Costa Diniz Dias também fez ressalvas ao que ‘Sudarinho’ representa para a história de Campo Belo. ” Ah que triste, uma parte da história de Campo Belo que se foi! Que Deus o receba de braços abertos”, citou.

Fotos: facebook João Carandiany