Maio é o mês voltado para a conscientização e combate do câncer cerebral. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de sistema nervoso central (SNC), onde fica o cérebro, é o 11° tumor mais frequente no Brasil. A maior parte dos tumores do SNC acometem o cérebro e uma parcela menor acomete a medula espinhal e os nervos cranianos. O Maio Cinza reforça a detecção precoce como a maneira mais eficaz para aumentar as chance de cura do tumor cerebral, que não há prevenção.
Os tumores no sistema nervoso central (SNC) podem ser classificados como tumores primários ou metástase. Os tumores primários originam de células do SNC. Já na metástase, o tumor começa em outros órgãos do corpo, e as células caminham através da corrente sanguínea.
Os tumores podem afetar o sistema nervoso central através: de invasão local; compressão das estruturas próximas ao tumor ou um aumento da pressão intracraniana, chamada de hipertensão intracraniana. As manifestações elas também vão estar relacionadas a função daquela área cometida, então se está próximo à área de é área motora o paciente pode cursar com algum déficit motor.
‘Se relacionada à área de visão, o paciente pode ter algum déficit de divisão, então isso vai estar muito relacionado a proximidade da função da área cometida pelo tumor primário ou pela metástase’, explica a médica oncologista da clínica Oncoclínicas de Belo Horizonte, Camila Martins Fonseca Galizzi.
Os tumores primários malignos do sistema nervoso central originado das células gliais, conhecidos como gliomas. ‘Hoje, são utilizados marcadores moleculares e a características histológicas para poder classificar esses tumores. São tumores com comportamento muito heterogêneo no que dizem em relação à questão de perfil de crescimento e velocidade de agressividade, o que impacta inclusive na sobrevida‘, afirma a médica. A sobrevida é uma estimativa da porcentagem de pacientes que seriam esperados para sobreviver aos efeitos do câncer.
Não há formas de prevenção para a doença, mas há dois fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento do tumor. São eles: a exposição a radiação ionizante e a associação com síndrome genéticas.
A médica da Oncoclínicas ressalta que os sintomas dependem muito da localização do tumor, a área de acometimento desse tumor. Entre os principais sintomas estão:
Os sintomas podem surgir de forma mais abrupta ou podem ir acontecendo de uma forma mais lenta, dependendo do tumor.
‘É importante reforçar que a dor de cabeça não é a principal causa do tumor. mas não é incomum é esse sintoma está presente nos tumores nos pacientes com tumor cerebral’, explica Camila.
O paciente que tem uma suspeita pra tumor do sistema nervoso central, ele tem que passar por uma avaliação médica prioritária, feito a partir de uma avaliação neurológica. Dependendo dos sintomas deve ser realizada uma tomografia computadorizada do crânio ou uma ressonância magnética.
Os tumores no sistema nervoso central acometem crianças e adultos. Sendo que nos adultos a idade mediana de incidência é de 60 anos e há um aumento dessa incidência com o envelhecimento.
Na infância, de acordo com dados americanos, os tumores temos nervoso central são a segunda neoplasia maligna mais comum estando atrás das neoplasias malignas hematológicas. E em relação à idade a incidência é maior na idade entre 15 e 19 anos.
O tratamento depende de diversos fatores como: o diagnóstico histológico; a idade do paciente; a área do sistema nervoso central acometida e a condição clínica do paciente. ‘Dependendo dessas condições, é estabelecido um plano terapêutico, envolvendo o neurocirurgião, o neurologista clínico, oncologista clínico, radioterapeuta, fisioterapeuta e psicólogo’, explica a oncologista sobre a importância da equipe.
Em relação ao tratamento a indicação seria cirurgia; radioterapia e quimioterapia. O que vai depender da condição de cada paciente e evolução do tumor.
Por: Giullia Gurgel (Itatiaia)
Giullia Gurgel é estudante de jornalismo e estagiária da Itatiaia.
*Sob supervisão de Enzo Menezes