▶️Especialista da Toxicologia do Hospital João XXIII faz alerta e ensina como proceder em caso de acidentes
Com a chegada do período de chuva e do calor intenso, é importante redobrar os cuidados para evitar acidentes com animais peçonhentos. Isso porque o verão representa um período de maior atividade das pessoas em áreas verdes por lazer. Além disso, no meio urbano, o aumento no volume de água durante as chuvas desaloja escorpiões que vivem em redes de esgoto, que acabam invadindo residências em busca de abrigo.
O Hospital João XXIII (HJXXIII), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), é referência no atendimento aos casos graves de intoxicação para todo o estado. De janeiro a outubro de 2024, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Minas Gerais (CIATox-MG) atendeu 2.821 casos de pacientes acidentados com animais peçonhentos.
O envenenamento por escorpião foi responsável por 1.303 dessas ocorrências, representando quase metade do total registrado. “Os casos se tornam mais graves quando ocorrem em crianças menores de sete anos e idosos ou pessoas que já tenham problemas cardíacos ou pulmonares”, destaca o médico e coordenador do CIATox-MG, Adebal de Andrade Filho.
Além dos escorpiões, outros animais peçonhentos também representam risco. No mesmo período deste ano, o CIATox-MG registrou 749 acidentes com aranhas, 545 com serpentes e 224 com lagartas
Ainda segundo Adebal, casos graves podem causar sequelas como amputações de membros, insuficiência renal, insuficiência hepática e até óbito. A recomendação do especialista é que, em caso de acidentes, deve-se procurar rapidamente atendimento médico e informar ao profissional de saúde o máximo de características do animal. Se possível ser feito com segurança, pode-se tirar uma foto para ajudar na identificação.
▶️Susto
José Maria de Araújo, de 54 anos, foi picado por uma jararaca enquanto trabalhava na plantação de sua chácara, na cidade de Bom Jesus do Amparo, cerca de 70 quilômetros de Belo Horizonte. O operador de maquinário conta que não usava equipamento de proteção no momento. Ao perceber que se tratava de uma picada de serpente, ele buscou a unidade de saúde mais próxima, onde recebeu os primeiros socorros e foi transferido para o João XXIII. “A equipe me acolheu muito bem”, afirma.
José se recupera bem e, após o susto, afirma que adotará as medidas de prevenção de acidentes, como usar calçados e luvas apropriados no ambiente rural.
Publicado por Diário Campo Belo
10/12/2024 – 18h24